Por Zelito Nunes
Uma mulher da família dos Bernardos morava em Ouro Velho e tinha uma filha empregada em São Paulo.
Tinha também um cachorro chamado Tupi.
Isso foi na época daquela guerra em que os americanos invadiram o Iraque com o pretexto de “salvar” o Golfo Pérsico e foi matéria constante de jornais e televisão onde os Ianques aterrorizavam o mundo com o seu poderio bélico.
A gente ligava a televisão e era aquela bola de fogo, eram os salvadores do mundo matando velhos e crianças no Iraque, pra mostrar quem é que mandava.
A moça coitada longe da mãe era toda preocupação com aquela ameaça iminente, chegando pela televisão.
Um dia falando com a mãe pelo telefone, manifestou toda a sua angústia em relação à segurança física da genitora:
– Ô Mãe, essa guerra todinha aí e a senhora não tem medo não?
A mãe respondeu, do alto da sua matuta sabedoria:
– Ah minha filha, eu estando com as minhas portas trancadas e “Tupi” no meu terreiro, não tem guerra que me assombre!

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